quarta-feira, 29 de junho de 2011

Comer bem é comer sem culpa!


A nutricionista Fernanda Pisciolaro estreia hoje no Consultório Médicomostrando que o nutricionista não é o chato que controla nossa alimentação. Fernanda é coordenadora de nutrição clínica do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares da USP (Ambulim) e integrante do departamento de transtornos alimentares da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso)
Quando me formei há alguns anos, poucas pessoas sabiam qual era o papel do nutricionista. Podia-se até imaginar o que esse profissional faria em uma cozinha industrial, mas em um consultório? Porque alguém precisaria de ajuda para decidir o que iria comer? Algumas pessoas achavam até que o nutricionista iria ensinar as pessoas a cozinhar. Hoje, a maioria das pessoas sabe o que um nutricionista faz. É comum escutarmos no consultório: “Já sei tudo o que você vai me falar.” O crescimento da área da nutrição trouxe inúmeros benefícios: como a descoberta de nutrientes “novos”, como os fitosteróis, o licopeno, o ômega-3, e até de alimentos “novos”, como a linhaça e o amaranto. A questão é que a difusão dessas informações em larga escala trouxe uma consequência. O alimento passou a ser visto como uma “embalagem” para os nutrientes
Esse foco exclusivamente biológico dado para a nutrição fez com que dividíssemos os alimentos em duas categorias: os bons, aqueles que são saudáveis e, portanto, seriam permitidos, e os ruins, que fazem mal à saúde e estariam proibidos na nossa dieta. As pessoas pensam que, para comer bem, é necessário buscar a perfeição. Quando ingerem alimentos que receberam o rótulo de “proibidos”, é comum que elas se sintam culpadas, arrependidas e percam a vontade de manter uma dieta saudável. Passamos a viver um dilema alimentar: tentamos a todo custo saber o que faze bem e o que faz mal para saúde e queremos seguir as recomendações. Mas, quando está friozinho, queremos comer pipoca com manteiga e tomar chocolate quente (e que se dane a linhaça!). E depois vem a culpa e a tentativa de retomar uma nova dieta ou um ano de promessa sem chocolates…
Estamos ignorando dimensões muito importantes da nutrição: a cultural e a coletiva. Nós escolhemos comer determinada comida porque ela é gostosa, tem significado simbólico, remete a lembranças, expressa a cultura a que pertencemos, envolve nossas emoções, socializa. Dá pra imaginar um aniversário sem bolo? Ou aliviar a tristeza com alface? Ou ainda ganhar uma deliciosa caixa de farelo de aveia no Dia dos Namorados?
Ter uma alimentação saudável envolve encontrar o equilíbrio entre o que dá prazer e o que é necessário para manter o bom funcionamento do corpo. É comer quando se está com fome e parar de comer quando satisfeito. É saborear comidas gostosas e também incluir comidas não tão gostosas, mas que fazem bem a você. É exagerar eventualmente, mas também comer um pouco menos em alguns momentos, desejando ter comido mais. Comer bem é ser flexível, aprender a comer frutas, vegetais e cereais integrais e também a apreciar eventuais doces e frituras sem culpa.
A atuação do nutricionista envolve muito mais do que a prescrição de uma dieta ou a orientação de alimentos específicos com propriedades peculiares. Abarca também ajudar o indivíduo a respeitar seus sinais internos, dando foco em como o paciente come, e não apenas no que ele come.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Comer bem é uma questão de hábito.

Comer bem é fundamental para manter a saúde. É também uma questão de hábito: quando aprendemos, desde cedo, a escolher com inteligência o que vamos comer, a tendência é levarmos a lição para o resto da vida. Mas para os esquecidos – ou desatentos – nunca é tarde para tentar de novo. Basta investir na reeducação alimentar.

Ao contrário do que muita gente pensa, a reeducação alimentar não é um tipo de dieta. É um processo gradual de mudança de comportamento em relação à comida, tão profundo que se torna um novo hábito. Funciona porque não é restritivo e não se destina apenas ao emagrecimento (mesmo quem está na faixa de peso considerada saudável pode estar precisando de mudanças no cardápio).

Para completar, a reeducação não é incompatível com o prazer à mesa e pode incluir até aquele quitute super calórico de valor sentimental. É só não abusar.

“Ao longo da vida, vamos construindo nossa história alimentar, com alguns alimentos que têm um significado emocional, familiar ou que nos trazem memórias preciosas”, explica a nutricionista Hevoise Papini. “Negociar estes prazeres, associando-os a uma alimentação saudável, faz parte do processo de transformação que é a reeducação alimentar”.

Mas como é muito difícil mudar hábitos da noite para o dia, a reeducação é gradual e deve ser feita com o acompanhamento de um profissional especializado. Além de ensinar a escolher os alimentos por ordem de qualidade e quantidade e montar um cardápio exclusivo – pois a reeducação alimentar é personalizada -, ele vai ajudar a manter a motivação.

“As pessoas pensam que a reeducação alimentar é uma forma de emagrecer comendo menos. Na verdade, é um tratamento a longo prazo, a fim de evitar o processo de compulsão”, afirma a psicóloga especializada em emagrecimento Luciana Kotaka.

Para os gregos, o termo “dieta” significa comer com sabedoria. Parece mais reeducação alimentar.

*Fontes:
Hevoise Papini – Nutricionista Mestre pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
Luciana Kotaka – Psicóloga Clínica, especialista em emagrecimento e dependência química

sábado, 25 de junho de 2011

O segredo está na substituição dos alimentos





Para a nutricionista Cristiane Zanela, professora do curso de nutrição da Universidade de Fortaleza (Unifor), não seria uma opção inteligente abolir o sal, o açúcar ou a gordura da alimentação. O prazer em comer tais alimentos é um fator que interfere na escolha deles e na não adaptação a outros, mas é preciso tentar mudar. “O ato de comer envolve bem mais que a ingestão de alimentos, envolve o prazer, o paladar. Estamos falando de ingredientes que fazem toda a diferença no sabor dos alimentos”. 

Ela aconselha a substituição ou o consumo menor deles. “Em substituição ao açúcar, temos os adoçantes. Em substituição ao sal, temos o sal light e o uso de ervas que dão um sabor acentuado aos alimentos, tornando-os mais palatáveis”, aconselha.

Outra dica da nutricionista para a substituição é dar preferência aos alimentos naturais, como verduras e grãos, evitando industrializados. “Deve-se partir do princípio de que todos os alimentos industrializados necessitam de algum tipo de conservação para terem vida mais longa, normalmente estes conservantes são a base de sal ou açúcar”. Ela aponta o consumo de alimentos frescos, como grãos e verduras, como a melhor escolha. “O consumo de grãos ou verduras é melhor porque temos certeza que eles não têm nenhum tipo de conservante”.
 
Leite e ovos
Repleto de teorias que ora indicam os benefícios ora indicam os malefícios desses elementos, a médica nutricionista Cristiane Zanela orienta. “Quando falamos do leite e dos ovos, não são estes alimentos que são ruins e sim o que eles carregam: gordura (leite) e colesterol (ovos). A opção seria sim a substituição por um outro tipo ou o consumo menor destes alimentos”, adverte. 

Atitude defendida também pelo doutor em cardiologia pela Universidade de São
Paulo (USP), Ricardo Pereira Silva. Professor da área na Faculdade de Medicina da UFC, o médico recomenda que a ingestão do ovo ou do leite deva ser apenas controlada. “O ideal não é retirar. Não propomos isso a um paciente que apresente, por exemplo, hipertensão ou diabetes. O problema do ovo é a alta porcentagem de colesterol por causa da gema. Comer duas ou três vezes por semana é a dose recomendada”, explica.

Quanto ao leite, Pereira ratifica. “O indicado é substituir por um outro tipo. O leite integral, para os adultos, é o mais perigoso pois apresenta alta concentração de gordura saturada. Basta fazer a opção pelo leite desnatado”, aconselha. (Sara Rebeca Aguiar)

SAIBA MAIS

AS GORDURASAs gorduras são apontadas pelos médicos como as responsáveis pela obesidade e riscos cardíacos. Ainda assim, eles sustentam que elas são indispensáveis à saúde. “O que deve ser evitado é o excesso. Deve-se também observar o tipo de gordura que se consome”, avalia a nutricionista Bernadete Carvalho, do CIHD.

Na quantidade adequada, a gordura desempenha várias funções e reações químicas importantes. Algumas vitaminas, como a A, D, E e K, só são absorvidas com a ajuda das gorduras. Sob a pele, a gordura chamada de camada adiposa também protege o corpo contra o frio e os choques.

Há também a reserva energética. Quando se passa muito tempo entre um intervalo e outro das refeições, os carboidratos esgotam-se e o metabolismo começa a queimar a gordura acumulada para que os órgãos continuem funcionando.

É dessa lógica que vem a recomendação da nutricionista Dilbani Alencar, do CIHD. “É importante comer pequenas quantidades de alimentos saudáveis de três em três horas. Quando passamos muito tempo sem comer, o corpo compreende que precisa acumular energia e o metabolismo passa a absorver menos durante as refeições, o que origina as famosas gorduras localizadas”.
Ela explica que com o tempo, é ela que pode gerar sérios problemas cardíacos, já que pode acumular-se nas veias e artérias.



Fonte: O Globo Online

sábado, 4 de junho de 2011


Conhecendo e tratando as dislipidemias


Dislipidemias são altos níveis de gorduras circulando no seu sangue. Essas gorduras incluem colesterol e triglicérides.

O que você deve saber sobre o colesterol

Primeiro você deve entender que o colesterol não é um vilão!

Colesterol é uma gordura fabricada no fígado, necessária para a vida, constituindo-se matéria-prima para fabricação de bile, produção de hormônios, síntese de vitamina D e é fundamental na constituição da membrana celular. O colesterol é parte de um corpo saudável mas, se está demais no seu sangue, pode ser um problema.

Em nosso organismo 70% do colesterol é sintetizado no fígado e 30% provém da alimentação. Nos indivíduos sadios os níveis sanguíneos normais são: Colesterol total menor que 200mg/dl, e suas frações: LDL menor que 100mg/dl e HDL acima de 40mg/dl no homem e acima de 50mg/dl na mulher.
Quando os níveis de colesterol do sangue encontram-se elevados, pode ocorrer um acúmulo dessa gordura nas artérias, provocando seu estreitamento e o bloqueio do fluxo sanguíneo. A essa ocorrência chamamos de aterosclerose, a qual pode ter como consequência o desencadeamento de um infarto do miocárdio, tromboses e aneurismas.

Uma das causas do aumento do colesterol no sangue é o excesso de consumo de gorduras animais (saturadas) e gorduras trans/gorduras hidrogenadas, bem como o excesso de peso e o sedentarismo. 
Para prevenir isso, evite principalmente as frituras.





A reeducação alimentar é a primeira estratégia usada para manter o colesterol em níveis normais. Saiba também que o aumento da atividade física é um fator muito importante para tratar a hipercolesterolemia.

PREFIRA
EVITE

Leite e derivados:
  • Leite semi-desnatado, desnatado, bebida à base de soja
  • Margarina sem gordura trans, creme vegetal
  • Iogurtes desnatados, diet / light
  • Queijo branco magro, ricota, cottage

Leite e derivados:
  • Leite integral (tipos A e B)
  • Manteiga, margarinas duras
  • Iogurtes
  • Queijos amarelos

Óleos e gorduras:
  • Preparações assadas, cozidas, grelhadas, ensopadas, sauté

Óleos e gorduras:
  • Gorduras: bacon, banha, torresmo, azeite de dendê
  • Frituras e preparações: à dorê e à milanesa
  • Salgadinhos fritos e de pacote

Carnes em geral:
  • Carnes magras (patinho, coxão mole e duro, músculo, etc), peixes (sardinha, pescada, salmão)
  • Aves (sem pele), peito de peru, chester

Carnes em geral:
  • Carnes gordas (cupim, costela, picanha, etc.)
  • Embutidos (salame, lingüiça, mortadela, etc.)
  • Aves com pele
  • Miúdos em geral

O que você deve saber sobre os triglicérides

Os triglicérides são gorduras que têm como principal função a produção de energia para o funcionamento do organismo. Entretanto, um nível elevado de triglicérides deve ser evitado, pois é um dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares, principalmente quando associado a  hipercolesterolemia.


Nessa situação não basta apenas controlar a gordura da dieta. É preciso também modificar a quantidade e a qualidade dos carboidratos ingeridos. Esses nutrientes são as principais fontes de energia da alimentação e são encontrados em massas, pães, açúcares, mel, cereais, batata e mandioca, entre outros. O excesso de carboidratos transforma-se em triglicérides dentro do organismo. Evite os carboidratos simples que são os doces e o açúcar. 

PREFIRA
EVITE

·         gelatina e sorvete diets
·         adoçantes artificiais (sucralose)
·         pão integral
·         arroz integral


·         doces preparados com açúcar comum, frutose  e mel
·         pães doces ou recheados
·        farinhas para mingau e cereais com açúcar ou mel



PREFIRA SEMPRE!














Saiba mais sobre alimentos integrais


Pão integral pede consumo moderado

Pães e massas integrais têm quantidade de carboidrato semelhante à dos feitos com farinha branca

Foto: Divulgação
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Na farinha integral, o trigo é usado inteiro
Pode reparar. No supermercado, pães e massas integrais estão sempre no carrinho das pessoas cuidadosas com a dieta. A razão é simples: eles são mais nutritivos que os feitos com farinha branca. Mesmo assim, não dá para comê-los à vontade. Principalmente se você quiser emagrecer.

A comida que leva farinha integral apresenta quantidades de carboidrato muito parecidas com aquela feita de farinha branca. “Embora o carboidrato seja uma das maiores fontes de energia do organismo, em excesso leva ao ganho de peso”, explica a nutricionista Hevoise Papini, de São Paulo. “Daí a importância de um consumo moderado.”

As vantagens nutritivas de pães e massas integrais começam no modo de produção. Para obter a farinha integral, usa-se o trigo inteiro. Inclusive a casca, onde há substâncias excelentes para fortificar o organismo, como zinco, fósforo e magnésio. Na farinha branca, a casca é removida e os nutrientes se perdem.

Aliás, a própria cor clara da farinha branca é fruto dos aditivos químicos. Embora essas substâncias existam em qualquer alimento industrializado, geralmente na comida integral elas são encontradas em menor quantidade.

Integral é rico em fibras

A nutricionista explica que se o consumidor puder escolher, a melhor alternativa é a integral, rica em fibras também. Preservadas no uso do trigo inteiro, as fibras ajudam na digestão da comida e no melhor aproveitamento dos nutrientes dos alimentos.

Elas ainda têm o efeito de prolongar a sensação de saciedade após uma refeição. Ou seja, com as fibras você vai demorar um pouco mais para sentir fome.

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